Ramón Díaz fala da Arábia e elogia o trabalho no Corinthians
Por FI
São Paulo, SP, 5 (AFI) – Ramón Díaz, técnico do Corinthians, chegou ao clássico com o Palmeiras pressionado pelas eliminações do time nas semifinais da Copa do Brasil e Sul-Americana, únicas chances de título do clube na temporada. O desempenho ruim do time alvinegro nos enfrentamentos com Flamengo e Racing colocaram em xeque o futuro do comandante argentino no Parque São Jorge.
A vitória por 2 a 0 no clássico não só dá fôlego à equipe alvinegra na luta contra o rebaixamento no Brasileirão, como também dá sobrevida ao treinador, que admitiu ter recusado uma proposta para comandar a seleção da Arábia Saudita para continuar no clube.
“Cumprimos quase todos os objetivos do clube. Falamos com o Fabinho dia a dia, presidente (Augusto Melo) também. Estamos em um clube que tem muita história e não é brincadeira estar na zona de rebaixamento. O primeiro objetivo era sair do rebaixamento.
Claro que sempre planejamos o futuro, temos um ano (de contrato), todo 2025. Deixamos passar um oferta na semana passada, a mais importante da nossa história. Recusamos essa oferta porque estamos cumprindo o sonho de estar no Corinthians“, disse Ramón.
RAMÓN APERTADO
O treinador passou a ser questionado quando o time encontrou dificuldade para ser protagonista em momentos decisivos, especialmente nas partidas em casa nos torneios de mata-mata. Em contrapartida, é possível dizer que Ramón saiu vitorioso do duelo com Abel Ferreira, considerado por muitos um dos melhores técnicos do País.
Sem utilizar o esquema com três zagueiros há algum tempo, o argentino apostou na formação tática para frear a força do rival pelas laterais. Na frente, foi agraciado com uma noite precisa do setor ofensivo, com Rodrigo Garro e Yuri Alberto aproveitando os erros adversários para garantir a vitória.
“Escolhemos a linha de três (zagueiros) pela maneira como o adversário joga. Graças a Deus temos um dos melhores goleiros do Brasil. Gostei muito da atitude da nossa equipe, de pressionar, e saber quando temos que defender. Estamos muito contentes por cada jogador que entrou”, comentou o treinador.
“O mérito é dos jogadores. Sabemos como é a pressão de jogar em um time grande, as críticas. Em todos os países em que tivemos dirigimos os melhores. Esse grupo foi formado em três meses, e saímos da zona de rebaixamento e chegamos em duas finais.”
TEMPORADA SEM TROFÉU
Se fechar 2024 erguendo um troféu não foi possível, era necessário vencer o campeonato em particular que é o clássico entre Corinthians e Palmeiras. A vitória não garante que Ramón vai ficar no clube ao fim da temporada, mas reafirma a capacidade de o treinador repetir a façanha do ano passado, no Vasco, e evitar a queda corintiana à segunda divisão.
“Eu nunca trabalhei tão cômodo com um diretor como o Fabinho. Em momentos ruins ele está aí junto com o presidente, muitas vezes são cobrados injustamente. É para parabenizar e valorizar o trabalho que estão fazendo. Nosso contrato é até 2025 e estamos sempre planejando.”
A vitória fez o Corinthians subir para a 13ª posição, com 38 pontos, quatro a mais do que o Athletico Paranaense, com 34, primeiro time da zona de rebaixamento. Na próxima rodada, a equipe paulista vai a Salvador enfrentar o também ameaçado Vitória, que tem a mesma pontuação dos paulistas, mas leva a melhor no número de vitórias (11 a 9).
SÚMULA CARREGADA
O lado ruim desta vitória corintiana foram os objetivos atirando dentro do campo e relatados na súmula pela arbitragem de Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO). O que foi mais estranho foi uma cabeça de porco. isso mesmo, a cabeça do animal que representa o mascote do Palmeiras. Mas também foram registrados calçados e isqueiros, que podem dar ao clube uma suspensão e multa.
Rodrigo Sampaio