Corinthians corre contra o tempo para liberar Neo Química Arena com capacidade total
Por FI
São Paulo, SP, 19 (AFI) – O Corinthians se mobiliza internamente para evitar um prejuízo esportivo e financeiro considerável na retomada do Campeonato Brasileiro. A Neo Química Arena corre risco de ter sua capacidade reduzida para menos de 20 mil torcedores se o clube não cumprir a exigência do reconhecimento facial, que passou a ser obrigatória no último domingo (9), conforme o artigo 148 da Lei Geral do Esporte (nº 14.597/2023).
A legislação determina que estádios com capacidade superior a 20 mil pessoas só podem receber público se utilizarem sistema de biometria facial para controle de acesso. A arena corintiana, que comporta cerca de 49 mil torcedores, ainda não possui o sistema plenamente implementado.
CORRIDA CONTRA O RELÓGIO
Funcionários e dirigentes do clube estão em diálogo com o Ministério Público e a Polícia Militar — responsáveis pela fiscalização — e apresentaram um cronograma de instalação das 145 novas catracas e da coleta de dados dos sócios-torcedores. O plano prevê uma implementação gradual, com ativação por setores a cada jogo, totalizando sete partidas até a cobertura total.
Apesar do esforço, o Corinthians admite que não conseguirá concluir a instalação até 13 de julho, data da partida contra o Red Bull Bragantino, que marcará o retorno do time ao Brasileirão.
DUAS APOSTAS JURÍDICAS
Mesmo com o risco de ter a lotação limitada, o clube ainda acredita em duas alternativas para manter a capacidade máxima:
- Ampliação do prazo legal para instalação do sistema por mais três meses;
- Interpretação jurídica favorável, considerando suficiente a biometria facial apenas no momento da compra dos ingressos, mesmo que as catracas ainda não estejam operando com o novo sistema.
HERANÇA DA ANTIGA GESTÃO
O Timão atribui o atraso à gestão anterior, alegando que o projeto ficou parado durante dois anos de prazo dado aos clubes. A transição recente na presidência — com a saída de Augusto Melo e entrada de Osmar Stabile — provocou também uma mudança de fornecedor: o Corinthians rompeu com a empresa Bepass e firmou contrato com a Ligatech.
Desde segunda-feira (16), os sócios-torcedores já podem realizar o cadastro biométrico no site oficial do Fiel Torcedor:
👉 fieltorcedor.com.br/minha-conta/cadastro-incompleto
REFORÇO NO ATENDIMENTO E OBSTÁCULOS LOGÍSTICOS
Para acelerar o processo, o clube praticamente dobrou o número de funcionários dedicados a esclarecer dúvidas e resolver pendências de cadastro. Ações de comunicação também serão intensificadas para orientar os torcedores.
No entanto, outro obstáculo atrasa ainda mais o processo: o gramado da Neo Química Arena passa por manutenção durante a pausa das competições. Isso impede a realização de eventos-teste, como treinos abertos ou amistosos, que poderiam ajudar a ajustar o novo sistema.
NOVO PADRÃO DE COMPRA DE INGRESSOS
A partir de agora, a compra de ingressos será atrelada ao CPF do torcedor. Só quem tiver a biometria facial cadastrada no sistema poderá adquirir entradas — inclusive para dependentes. O sistema é integrado à plataforma OneFan e será a única via oficial de comercialização.
No portal do Fiel Torcedor, uma mensagem em destaque alerta:
📢 “É necessário cadastrar sua biometria facial para realizar a compra de ingressos. Para isso, é fundamental atualizar seus dados cadastrais. CLIQUE AQUI!”
RISCO DE PREJUÍZO E PRESSÃO INTERNA
Internamente, há confiança de que o impasse será resolvido a tempo, mas a diretoria já admite a possibilidade de jogar para menos de 20 mil pessoas. Um cenário que seria prejudicial tanto no aspecto técnico — pela ausência da força da torcida — quanto no financeiro.
O Corinthians corre contra o tempo, com um olho na arquibancada e outro na lei.