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Blog do Ari – Cinco anos sem o treinador Cilinho, o ‘mestre’

Por FI

Por ARIOVALDO IZAC

Campinas, SP, 28 (AFI) – Cilinho. O 28 de novembro de 2019 marcou a morte do treinador Otacílio Pires de Camargo, o Cilinho, aos 80 anos de idade.

Uma semana antes do Carnaval de 2018 telefonei para Cilinho propondo que colocássemos a resenha em dia sobre esse inesgotável assunto chamado futebol, mas ele estava de malas prontas para o Rio de Janeiro, com missão de também ultimar preparativos da Escola de Samba Acadêmicos de Salgueiro, a convite dos diretores.

Demorei pra retomar o contato, e neste hiato, já na primeira quinzena de abril daquele ano, ele sofreu AVC (acidente vascular cerebral) e foi internado em estado grave no Hospital da PUC-Campinas.

De certo Cilinho teria muito a contar sobre o empobrecimento do futebol brasileiro, com essa europerização que burocratizou demais a boleirada. Não deu tempo.

SEQUELA NO CORPO

Três meses depois de receber alta hospitalar, estava lúcido, mas com paralisação do lado esquerdo do corpo e perda da fala. Aí ocorreu preparo psicológico para que assimilasse aquela situação, com estágio lento de recuperação.

Depois fui informado que ele já balbuciava, o que dava esperança de retomar a comunicação verbal. Todavia o destino estava traçado.

Amigos próximos informaram que o estado de saúde era irreversível, e dona Priscila, esposa dele, esteve sempre presente até o último momento, quando na varanda de sua residência, em condomínio no distrito de Sousas, em Campinas, morreu sentado em poltrona.

Assim, além da convivência formal e informal com Cilinho desde a década de 70, a última vez que nos encontramos foi a convite dele, para que saboreasse uma dobradinha preparada exclusivamente por ele, o cozinheiro, ainda na década de 90 do século passado.

ABOLIR OS CHUVEIRINHOS

Da resenha, a sobremesa foi conceito de futebol, quando Cilinho disse que iria abolir terminantemente os chamados chuveirinhos.

Claro que o mestre discorria sobre diferentes temas, sem se vangloriar que em 1970 abdicou de um lateral-direito para que a Ponte Preta ganhasse mais um atacante, na troca, num dérbi campineiro, no Estádio Brinco de Ouro.

Na ocasião, sacou Nelsinho Baptista, lateral-direto de marcação, no transcorrer daquele jogo, para colocar o ponteiro-direito Vicente.

Lateral descoberta? Não. Zagueiro Samuel era incumbido de fazer a cobertura.

Quem, em sã consciência, àquela época, teria tamanha ousadia?

Coisa de Cilinho, capaz de deixar até o meio-campista Falcão na reserva nos tempos de treinador do São Paulo.