Corinthians cobra mais de R$ 2 milhões de dividas por camarotes na Arena
Por FI
São Paulo, SP, 26 (AFI) – A gestão interina do Corinthians, comandada por Osmar Stabile, identificou mais de R$ 2 milhões em dívidas relacionadas à utilização de camarotes da Neo Química Arena nos últimos anos. Parte dos espaços nobres do estádio foi usada sem os devidos pagamentos durante as administrações de Duilio Monteiro Alves (2021–2023) e Augusto Melo (2024–2025).
Entre os principais devedores, estão a empresa Brucker Administradora de Bens Ltda (R$ 1,3 milhão), o ex-dirigente Sergio Janikian (R$ 620 mil) e o KSK Consórcio (R$ 250 mil). Segundo o clube, os valores ainda podem crescer, pois há outros contratos em análise.
“O Sport Club Corinthians Paulista informa por meio de seu departamento jurídico que revisa nesse período interino todos os contratos firmados em vigência, incluindo aqueles que tangem à Neo Química Arena e seus camarotes”, afirmou o clube em nota.
MESMO SEM VÍNCULO
O ex-diretor adjunto de futebol Sergio Janikian, que ficou conhecido por uma entrevista em 2015 ao classificar um confronto da Libertadores como “presente de Deus”, acumulou um débito de R$ 620 mil referentes ao camarote 518, entre 2021 e 2023. Mesmo sem assinar o contrato por discordância de cláusulas, Janikian utilizou o espaço por três anos, com direito a 15 ingressos por jogo e duas vagas de estacionamento.
“Com o início da gestão Augusto Melo, busquei negociar os valores e renovar o contrato, mas por divergências políticas, fui informado que o presidente não o assinaria. Continuo aberto a resolver eventuais pendências com a gestão interina”, disse Janikian, em nota.
MAIOR DEVEDORA
A empresa Brucker, comandada por Igor Carvalho Zevibrucker, utilizou os camarotes 629 e 630 de janeiro a junho de 2024 e deixou um débito de R$ 1,3 milhão, segundo apuração do clube. A Brucker foi formalmente notificada.
Zevibrucker é próximo ao presidente afastado Augusto Melo e chegou a emprestar R$ 9 milhões ao clube no ano passado para a contratação do lateral Matheuzinho. A reportagem tentou contato com o empresário, mas não obteve resposta.
SEM NOÇÃO
Já o KSK Consórcio, que foi patrocinador do futebol e do basquete feminino do Corinthians em 2024, acumula R$ 250 mil em dívidas. A empresa usou o camarote 540 entre fevereiro e maio de 2025, mesmo após um novo contrato ter retirado esse benefício em troca da exposição da marca nos meiões do time masculino.
A diretoria interina garantiu que não arcará com prejuízos e buscará as vias legais para cobrar os valores devidos ou rescindir contratos irregulares. A revisão faz parte de um esforço mais amplo de auditoria e responsabilização após a polêmica gestão de Augusto Melo.