Corinthians investigado por suposta ligação com o PCC e notas frias
Por FI
São Paulo, SP, 16 (AFI) – O Ministério Público de São Paulo intensificou a investigação sobre o Corinthians, apurando possíveis relações do clube com o PCC e o uso de cartões corporativos e notas frias na diretoria. O caso ganhou novos capítulos após o depoimento do presidente do Conselho Deliberativo, que relatou ameaças e afirmou que “o crime organizado se infiltrou” no clube.
Segundo o promotor responsável, há suspeita de que atletas do Timão tenham morado em imóvel ligado a José Carlos Gonçalves, conhecido como Alemão, apontado como figura importante no crime organizado. Fausto Vera, Rodrigo Garro e Talles Magno foram chamados para explicar se residiram no apartamento e se o clube intermediou a locação. Até o momento, não há suspeita de crimes cometidos pelos jogadores, que foram ouvidos apenas como testemunhas.
CARTÃO CORPORATIVO CORINTHIANS INVESTIGADO
Talles alegou ter se hospedado em hotel ao chegar ao Corinthians e, posteriormente, alugou apartamento próprio, sem relação com Alemão. O Ministério Público busca entender o motivo da escolha do imóvel e se existem vínculos mais profundos entre o clube e figuras do crime organizado. Essa não é a primeira vez que o Timão é citado em investigações relacionadas ao PCC. Relatórios apontam que valores do antigo contrato de patrocínio com a VaideBet teriam sido direcionados a empresas ligadas à facção.
Em 2024, outras suspeitas surgiram, como a intermediação de negociações de jogadores por Rafael Maeda Pires, conhecido como Japa do PCC. O ex-diretor Rubens Gomes também indicou vínculos entre o clube e o crime organizado no ano passado.
MINISTÉRIO PÚBLICO E TIMÃO
Na última semana, o Corinthians iniciou o envio dos documentos solicitados pelo MP, abrangendo o período entre 2018 e 2025. Inicialmente, foram entregues apenas as faturas dos cartões corporativos; os relatórios de despesas da presidência chegaram à Justiça na segunda-feira. O promotor já ouviu o presidente Osmar Stabile e outros dirigentes, e ainda pretende interrogar o vice Armando Mendonça nos próximos dias.
O depoimento de João Clóvis, dono de restaurante suspeito de emitir notas frias para o clube durante a gestão de Duilio Monteiro Alves, foi adiado após a defesa apresentar habeas corpus. O Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado pelo MP em 30 de julho para apurar crimes como apropriação indébita, estelionato, furto qualificado, falsidade ideológica e associação criminosa. O pedido de afastamento dos três últimos presidentes corintianos ainda não teve decisão judicial.